quinta-feira, 14 de maio de 2015

A improvável Jornada de Harold Fry | Rachel Joyce (em PDF)

Um pequeno e breve aviso: Desde a resenha do livro Orgulho e Preconceito, todas as minhas próximas resenhas serão em PDF. Por quê? Por quê? Bom, a grana anda curta, mas a minha sede por leitura, nunca. Por isso o meio mais fácil de continuar lendo é por PDF. (:

Quando eu comecei com essa história, eu realmente esperava que ela fosse inspiradora, tanto pelo título como pela sinopse em si.


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Inglaterra. Harold é um senhor, casado com Maureen e pai de David. Ele agora vive só com a esposa e os dois lidam dia a dia com as imperfeições e mágoas do passado particulares. Um dia, Harold recebe uma carta de uma velha amiga, em que anuncia que está doente mas que deseja tudo de bom para ele. Quando Harold sai de casa para postar a resposta á carta, ele acaba decidindo que por erros do passado deve ir encontrar Queenie, e que fará isso, não de carro, nem de ônibus, nem com qualquer meio de transporte tradicional, mas a pé.
E é nessa caminhada que ele reflete sobre sua vida, e conhece pessoas peculiares, pessoas essas que até podem parecer triviais, mas que acima de tudo, cada uma delas carrega dentro de si tristezas e alegrias, quando ninguém mais dava nada por elas.


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De cara, o Sr. Harold me lembrou muito o  Sr. Fredericksen de "Up! Altas Aventuras", e a minha referência da Maureen (sua esposa) também foi da Ellie, (só fisicamente, por que ambos tem histórias bem distintas) mas provavelmente isso aconteceu por que eu não tinha o costume de ler muitas histórias em que um senhor de idade é o protagonista (sabe, Sherlock ou Poirot são diferentes...). Mas ao decorrer das páginas, o Harold toma novas formas, ele oscila muito entre um senhor de idade e uma criança de 10 anos. Não por que esteja doente, ou coisa do tipo, mas por que a escrita da Rachel é peculiar, e ela trabalha muito bem o passado e presente do personagem, e você nem percebe que não está mais na mesma linha cronológica, e nem que voltou a ela.


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Todos os inícios de capítulos tem uma ilustraçãozinha, que resume com delicadeza o capítulo. E logo quando eu estava sentindo a falta de uma mapa da Jornada do Harold, eu descobri que no final tem a gravura ao lado.

É impressionante o quanto o livro é denso no seu assunto. Por mais que ele seja "fino" em questão de páginas, eu não conseguia ler muito em um dia só, por que ele me consumia muito, e eu me senti sufocada por todos aqueles sentimentos. O modo como uma paisagem, uma comida, ou um gesto qualquer, por exemplo, despertavam lembranças nos personagens, acabou atingindo a minha vida duplamente, e eu chegava a sonhar, ou em me perder em lembranças da minha vida, assim como o livro. Ele é absurdamente humano. Absurdamente excesso em sentimentos. Me identifiquei com o Harold de várias maneiras, em como por exemplo ele se via sem jeito, com vergonha, quando um sem noção falava coisas intimas para ele. Harold é completamente humano, o modo como ele reflete os seus erros e sofre com isso é triste, ou como quando ele se enche de esperanças quando está quase desistindo é animador, e é isso que nos aproxima do personagem, ele sobe e desce como uma montanha russa, e como a vida real.

O livro é perfeito? Não. Ele pode ser maçante, até por conta das sucessivas repetições da caminhada do personagem. Mas ele não chega a ser chato. Com duas ou três páginas por dia, ou com um capítulo a cada dia, você consegue e quer terminar a leitura, quer entender o por que de tal e tal personagem agir assim, e sem querer se envolve com todos eles, quer o bem a todos, e não odeia nenhum. Nenhum mesmo. Mesmo quando parece que aquele personagem é um porre, ele não é. 


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O último livro em que eu chorei (e o primeiro também) foi Eleanor e Park, e bom... A improvável Jornada de Harold Fry também entra na lista. MEU DEUS DO CÉU, como ele é triste. Chorei confesso, me emocionei várias e várias vezes e fiquei muito feliz por ter tido espaço no final para rir. Ele foi tão simples, mas de uma importância tão grande para a história e para os personagens, que acabou se tornando especial para mim.

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É realmente um livro oito ou oitenta: você pode realmente amá-lo ou realmente odiá-lo. Pessoalmente, valeu a pena a demora para ler (até por que eu só demorei tanto por que ele é muito denso nos sentimentos), no final a gente fica com uma esperança e força de vontade de fazer as coisas nas nossas vidas certas e sem medo.



"A Improvável Jornada de Harold Fry" foi vencedor do britânico National Book Award na categoria de melhor livro de estreia e finalista do prestigiado Man Booker Prize.


Editora: Suma Letras

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