segunda-feira, 23 de março de 2015

A incrível geração de leitores chatos.

Esse tipo de post vem sendo planejado por mim, há muito tempo... Eu só não tinha a coragem suficiente para reunir o sentimento em palavras para publicar.
Quando eu tinha uns sete ou oito anos, eu tive o meu primeiro livro infanto-juvenil (o considero assim, mesmo com toda a carga de filosofia), que foi Alice no País das Maravilhas. (Você pode ver as minhas versões da história, aqui), e a partir dele eu tomei gosto pelo o que era ler.

Foi nessa época também que eu ouvi em algum lugar - talvez em um comercial na televisão - de que os livros não foram feitos para ficarem em prateleiras, eles foram feitos para se ler! para rabiscar, amassar, dobrar as páginas, torná-lo seu o máximo possível, e que isso o transformava em um livro. E de uma forma pedagógica, foi me dito que os livros ficavam tristes quando ficavam em prateleiras fechados sem nem mais um par de olhos para o folheá-los. 


Via
Pois bem. Daí eu cresci, e vi a internet invadir a minha geração, e vi também uma geração de leitores que eu nem imaginava que existia, e isso era (e ainda é) incrível.
O grande problema é que milhares de pessoas de uns tempos para cá, construíram um estilo de vida de leitor que me incomoda. Algumas de suas palavras são: não dobre a página do meu livro! use marcador! não manche meu livro! minha capa! não rabisque! (minha nossa você grafou esse parágrafo de marca texto?!) etc, etc.

Eu sei que muita gente vai odiar esse post, mas eu espero que antes de odiar (e não me odeie!) tentem me entender. 

Não estou dizendo, nunca, que ter essas manias de um livro em bom estado é errado. Não é! A gente paga impostos e fretes absurdos para poder ter essas belezuras em casas, e tem o direito de cuidar deles como queira, mas eu acho uma ideia incrivelmente enfadonha dessa geração não querer por exemplo, emprestar livros.

Gente! Brasileiro não lê! Sério, e não é no sentido de que nunca pegou em um livro, mas de que não tem o senso de interpretação apurado e por isso não lê, só corre olhos.
Então me parte muito o coração quando eu vejo gente se nhenhe em emprestar um livro. 

Por exemplo.
Quando eu estava no Ensino Médio, emprestei para um amigo, "O projeto Rosie" e na primeira página do primeiro capítulo deixei um post-it com uma mensagem ameaçadora de que se aquele livro voltasse amassado, sujo ou com qualquer dano, eu iria querer outro novinho.

Entende? Eu tive os meus cuidados, mas nem por isso deixei de emprestar. E ele voltou limpíssimo.
Via

Tem gente que tem versão britânica, americana, brasileira, irlandesa, russa - e o raio a quatro - do mesmo livro, mas com capas diferentes estacionado na estante. Pra quê? Isso me soa a transtorno compulsivo, sério. Quando do outro lado do estado, estou eu aqui, querendo apenas uma versão (qualquer uma), mas não dá, por que não tenho dinheiro.

De novo, eu não estou dizendo que alguém em algum lugar não possa fazer isso ou isso. Estou dizendo que existem alguns exageros. Muitos deles até.

Para concluir, eu só queria um mundo mais unido. Ler é incrível, algumas das minhas melhores leituras foram emprestadas de amigos ou sebos, e eu ainda amo pegar um livro de alguém e ver uma página marcada, e pensar: ah, a pessoa leu até aqui, mas eu vou passar ela! hehe Ou ver marcações de quando estava na escola, e grifou o que significava aquele tipo de nome ( eu fazia isso quando pequena!) e aprender junto.


Enfim. Por favor, não me odeie, são só palavras de um sentimento de uma leitora. Sério, não proíbo ninguém, mas só queria ver pessoas mais sensíveis e mais generosas. Ok?





8 comentários:

  1. Ualll, adorei o post, também sou amante da leitura e assino em baixo de tudo que foi escrito aqui...estou seguindo seu blog.
    Assim que puder segue o meu, http://mulheresdecristopeniel.blogspot.com.br/.
    Estou começando agora e é bem difícil divulgar no inicio...Segue lá
    Bjuss Dany

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  2. É normal que as pessoas tratem como xodó o seu livro preferido. Mas o que você disse é verdade, muitas pessoas exageram nesse mimi ~não empresto pra ninguém~
    Poxa, coisa boa nós temos que compartilhar, né? Existem pessoas que tem mil livros guardados na prateleira que nunca leu e também nunca emprestou para outro alguém ler. Acho isso um exagero. Ter mil livros que nunca leu, só pra poder esbanjar . O que não falta são pessoas assim. Mania de consumismo.
    Outra coisa que voce também comentou, adoro ver aqueles livros meio surradinho, um pouco amassadinho pelo grande uso, cheios de versos marcados, acho lindo! Dá a impressão que a pessoa realmente devorou aquele livro, sabe? Que aquelas palavras realmente marcaram a pessoa, não só no papel,sabe? rs
    Enfim, parabéns pelo post!

    blogpaginasdesonhos.blogspost.com.br

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    Respostas
    1. Oi! Concordo com você também! Tenho os meus livros amorzinhos, que eu até empresto mas não desfaço deles jamais. <3
      Sim! Eu até li num portal uma moça comentando que ele doou um livro de poesia que tinha ganhado do namorado, e ele ficou meio chateado, mas perguntou se pelo menos ela arrancou a página da dedicatória, e ela discordou dizendo que esperava que a pessoa que pegasse o livro se sentisse amada como ela se sentiu. Achei essa atitude tão linda, e no final ela envolve muita coragem também, não é? hehe

      Obrigada pelo carinho Débora! <3 <3

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  3. Maravilhoso post. Muito sensata as suas ponderações.

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  4. Amei o post!! ������
    Vc está certa, não tem o porque de não emprestar. Eu empresto os meus livros e a maioria de livros que li foram emprestados de amigos ou de bibliotecas!
    É maravilhosa a sensação de emprestar um livro e quando aquela pessoa que o pegou nós devolve e diz que amou ler...Nossa aquele sorriso bobo é inevitável ^^ ��
    Existe tantas pessoas que poderia tomar gosto pela leitura se mais pessoas não tivessem frescura com seus livros!!!

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    1. Anw! Obrigada! Concordo com tudo o que você disse, e é tão bom saber que não penso isso sozinha. ^-^ O mundo seria um lugar tão melhor, se as pessoas fossem mais generosas, não é?

      Bjs, chuchu!

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