Não tenho muito que explicar, você pode me achar
infantil, boba ou sem realidade, mas acho que este aqui não é o meu mundo, o
meu lugar. Todas essas cores, esses cheiros, essas pessoas, essas músicas, não
parecem ser minhas. Talvez tenha ocorrido um erro biológico ao meu nascimento.
E não estou querendo desfavorecer minha mãe e amigos, longe disto, mas o fato é
que esse ambiente social essa político ridículo, me deixa farta.
‘’Meia noite em Paris’’ discute
exatamente isto, no desejo que as pessoas têm de quererem ter vivido em outra
época a julgando ser melhor. Mesmo com a mensagem que o filme passa, eu ainda
discordo um pouco. Não queria ter
nascido entre os anos 60 e 70 por causa do presidente, dos pontos turísticos e
afins, mas eu queria, de verdade, ter tido essa fase, dos vestidos comportados,
do batom vermelho, do salto alto usado com elegância, dos penteados exagerados,
do hairspray, da fome de ser livre, da livre expressão, do ‘’paz e amor’’ e meu
Deus de poder ouvir os Beatles de pertinho, e acompanhar toda aquela loucura que era ser fã de alguém
revolucionário.
Veja bem, não estou desmerecendo
a nossa moda, o nosso jeito de nos vestir, aliás, amo calçar all star e um bom
e velho jeans, não estou dizendo que os nossos vestidos são dês-comportados,
mas me deixa farta às pessoas andarem nas ruas como peças de uma fábrica.
Roupas, e comportamentos iguais.
Tenho saudades de uma época que não vivi, de não poder ter tido a
oportunidade de gritar pelo Paul, o Ringo ou o John, e George querido, eu amo
você! Por não poder mais sonhar com o batom vermelho da Marylin. Saudades de não poder gritar por ‘’paz e
amor’’, por liberdade. Pois é.
‘’Ah Amanda então você está
querendo dizer que deveríamos ter parado no tempo? As coisas evoluem’’ Posso
até imaginar alguém levantando esse argumento, e minha resposta é simples e
direta: NÃO. Eu não estou dizendo que o mundo não gira, que o batom não troca
de cor, que as roupas não mudam, que as músicas não são as mesmas no rádio, eu
estou querendo dizer que, o modo como evoluímos foi errado, perdemos a arte de
ser nós mesmos, de não nos importar e querermos revolução, nos acomodamos, nos tornamos capitalistas, nos achamos críticos de
moda, de comportamento, de humor. As coisas não são assim.
Eu nasci na época errada, e do
jeito em que as coisas estão se encaminhando, meus filhos também nasceram na
época errada. É por essas e outras que cogito muito a possibilidade de não ter
filhos, por que não quero vê-los neste mundo,
com tanta imaturidade, e altruísmo. Vou ser egoísta e libertar eles desse
futuro que a humanidade promete melhorar, mas, cá entre nós, as possibilidades
estão em baixa.
Xxx. Amanda.
adoreeei o texto, já te disse isso né! kkk incrível!!
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