Você talvez conheça a nova novela
das seis ou talvez não. ‘’Lado a lado’’ traz a história do Brasil contada de
uma forma impossivelmente sensível, com uma delicadeza indescritível, tudo isso
por que eu quero persuadir você a assisti-la.
Entre outras coisas, na última
semana a personagem Laura (Marjorie Estiano) se divorciou de Edgar (Thiago
Fragoso), entre outras coisas – mais uma vez – por não suportar a perda de seu
filho, achegada da ex-amante na casa do casal e além de tudo uma filha que o
marido tivera pouco antes do casamento. Uma bomba que mexeu com o coração de
muitos telespectadores (como eu) e que fez muita gente gritar e chorar (como
eu!)
A questão é que, depois que Laura
pediu o divórcio, todos começaram uma guerra, era gente falando que ela deveria
ter lutado pelo amor ao marido, ter aceitado a filha e a ex-amante; era gente
dizendo que a personalidade forte da Laura deveria ter sido posta e ela não
poderia pedir o divórcio e encarar tudo de frente, como a mulher forte que ela
dizia ser, e aí eu explodi, e estou aqui para defender minha querida
personagem, como verdadeira feminista que sou.
‘'Confiança em alta! Público acha que Laura errou ao
se separar de Edgar''
Foi essa aí a notícia que
saiu no site da novela, e eu não consigo entender as pessoas, de verdade, por
que, até que ponto uma pessoa deve se abdicar de seu amor próprio e amar o
outro? Aliás, isso é possível?
Eu quero explicar o meu
ponto de vista: apoio a Laura pela separação. Por quê? Por que acredito que por
mais que a gente ame alguém, por mais infinito e doído que seja esse amor, nem
tudo vale apostar em nome dele, nem tudo vale apostar, como o nosso amor
próprio, acredito que a gente tem que decidir quando sofrer. É mais ou menos
como comprar um sapato: você compra dois números abaixo do seu, por que assim
fica mais bonito e elegante, ou você percebe que ele está te machucando bem na,
joanete, mas você compra, por que achou bonito e quer se mostrar para as
pessoas. Aí você decidiu sofrer, você
está sabendo que depois de andar o dia inteiro irá voltar para casa com seus
pés doloridos, você escolheu assim e não pode reclamar. Mas a situação poderia
ter sido outra, não podia? Podia. Você podia ter escolhido o sapato mais barato,
mas que também não deixa a desejar na beleza podia aceitar que você não calça
mais 36 e ir desfilando pra casa com seu pezinho 38, o pé não ia doer e seria
um xingamento a menos na sua vida, seria bem melhor, e ainda de cara,
economizaria em curativo pra joanete. O que eu estou querendo dizer com isso?
Que a gente pode escolher
se prolonga o sofrimento ou se quer ser feliz. A minha conclusão é essa: na
novela, a Laura escolheu se separar, ela sofreu, chorou, e foi embora. Assim,
nessa seqüência, por que era melhor para ela, sofrer logo de uma vez do que
prolongar a dor e se machucar ainda mais.
Para mim, concluo dessa
forma: na vida existem coisas mais importantes que o amor a um homem. Se você
não se escolher primeiro, amá-lo será
impossível. Portanto, muita coisa bonita
e sensível ainda vem nessa trama que, há muitos anos não seguia desde o
primeiro capítulo, e mesmo a choros, gritos, e sorrisos (todos os ingredientes
que acho essencial para fazer-me apaixonar por uma obra) acredito que, vai nos
ensinar (pelo menos a mim) como escolher a nossa liberdade.
Xxx Amanda.
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