Vilões!, por Amanda Soares

Desde que eu me conheço, sempre fui apaixonada por vilões, por aqueles que não seguiam as regras, e que na maior parte das vezes eram os primeiros a ter o senso do que deveria ser feito, enquanto os mocinhos quebravam a cara o enredo inteiro para só depois descobrirem o que os vilões sempre souberam.

Minha primeira vilã foi a Rainha Vermelha de Alice no País das Maravilhas. Eu tinha uns dez anos quando descobri aqui em casa um livro super gigante com todas as histórias clássicas da Disney, e Alice era a última delas.

E mesmo criança eu achava admirador o modo como a Rainha era, o jeito durão, e histérico. (“Cortem lhes as CABEÇAS!”) Ela era a líder, não havia como negar, o modo como governava o baralho de cartas para que perseguissem Alice me era encantador. Quanta liderança, ela realmente tinha atitude. (Não que eu a amasse mais que a própria protagonista, mais no final das contas, eu acabei amando TODOS os personagens de Alice no País das Maravilhas...)

Dali por diante eu comecei a realmente simpatizar com vilões e até mesmo aqueles que não praticavam maldades em si, mas que eram os personagens chatos, ou diferentes das histórias, como o Jafar de Aladin, a Bruxa do Mar de Ariel, ou o Capitão Ganho de Peter Pan.

Realmente acho vilões incríveis, enquanto na vida real tenho que ser a mocinha, de vez em quando adoro abrir um livro (ou assistir a um filme) e encontrar personagens com personalidades fortes (coisa que aos poucos as produtoras vem transformando os contos de fadas em algo mais feminista), com coragem o suficiente para fazer o que nenhum outro personagem tem coragem. Ele levanta, vai lá e faz, por que sim.